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Episódio 4 – Você sabe o que é inovação?, com Flávia Carnaúba

Transcrição

[Narração por IA] 

Este podcast dispõe de recurso de transcrição, disponível no link na bio do canal. 

[Flavia] 

É comum as pessoas associarem inovação com tecnologia, mas já que você e deu esse espaço, eu vou afirmar: tecnologia não é um sinônimo de inovação. 

Então, saber usar a tecnologia a favor da inovação é incrível. 

Mas só existe inovação se tiver tecnologia? 

É uma mentira. 

[Gabriel] 

Quer transformar conhecimento em ação? 

Boas-vindas ao Conecta GP, o podcast da GP Strategies, onde insights transformadores chegam até você de maneira rápida, acessível e prática. 

Eu sou o Gabriel Ribeiro, sou homem cis, tenho cabelo preto curto, barba bem aparada, 1,73 centímetros de altura, pele parda e eu estou usando um cordão com estampa de peça de quebra-cabeça colorido, que é o símbolo do autismo, uma camiseta azul marinho com a estampa do Stitch no centro, calça jeans vinho, tênis Converse do Harry Potter, uma jaqueta azul da Liga Pokémon, uso óculos azul de armação quadrada, tenho um piercing na orelha direita e estou com as unhas pintadas de preto. 

Então, basicamente a GP contratou uma criança em corpo de adulto, né, gente? 

Eu sou tipo o Tom Hanks no filme Big. 

No episódio de hoje a gente recebe aqui Flavia Carnauba, coordenadora de inovação e treinamento da GP Strategies. 

A Flavia é uma profissional com mais de uma década de experiência transformando a educação corporativa por meio de métodos ágeis, estratégia de aprendizado colaborativa e inovação disruptiva. 

Tem pós-graduação em psicologia organizacional e gestão de pessoas e se destacou em vários papéis, incluindo supervisão de desenvolvimento, consultora e treinamento e até coordenadora de capacitação comercial. 

Flavia, boas-vindas. 

Vou pedir para você fazer a sua autodescrição para quem está nos acompanhando aqui no episódio de hoje. 

[Flavia] 

Olá, Gabriel. 

Tudo bom? 

Obrigada, adorei essa introdução. 

Mas vamos lá. 

Eu sou uma mulher cis, de pele parda, cabelo castanho, um pouquinho grisalho já, para confessar um pouquinho a idade, bem curtinho, tenho 1,65m, estou com uma blusa preta cacharrel, um casaco verde, bem verde mesmo e um cachecol. 

[Gabriel] 

Perfeito, perfeito. 

Bom, e sobre o episódio de hoje Flávia: 

Disrupção, inquietação, às vezes um pouco de complexidade. 

E isso é só um pouquinho da minha ansiedade apresentando aqui o podcast pela primeira vez. 

Mas sobre o tema de hoje é: inovação, que é um tema que eu sei que você entende assim… 

Tá na veia né? 

[Flavia] 

Só um pouquinho. 

[Gabriel] 

Então, para a gente começar, eu queria saber de você, como é que você percebe a necessidade de inovação dentro das organizações pra evolução estratégica? 

[Flavia] 

Bom, acho que a inovação é uma resposta direta à velocidade que as coisas estão mudando no mundo, né? 

Hoje, muda comportamento, tecnologia, nem se fala, né? 

A gente viveu no LP por mais de 50 anos, enquanto um CD não deve ter durado nem cinco, fora os que… 

Eu ainda tenho LP, então acho que ele durou mais de 50 anos. 

[Gabriel] 

Eu tenho em casa também, tenho vários ali. 

É que eu não ouço mais, porque a vitrola quebrou em casa. 

Eu preciso arrumar alguém que conserte. 

[Flavia] 

Que conserte a agulha. 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Bom, mas é isso. 

A velocidade das coisas, é tão… 

Das mudanças das coisas estão tão rápidas e ágeis, que a empresa que não focar num hub de inovação, não focar em atender essa velocidade, essas mudanças, vai ficar pra trás. 

Eu falo que assim, você hoje pode usar um GPS lá de 2010 pra ir num trajeto da sua casa até o trabalho. 

Um trajeto novo também. 

Ele vai atender? 

Vai. 

Mas qual é o risco de você se perder nesse caminho? 

[Gabriel] 

Ele não vai estar atualizado, por exemplo. 

[Flavia] 

Não. 

Vai ter rua que já está na contramão, que não está… 

Então, se a gente não inovar, se a gente não se atualizar, vai ficar pra trás. 

Então, eu acho que a inovação, ela está, como eu falei no começo, diretamente ligada à velocidade de mudança das coisas. 

Então, estrategicamente falando, ela é essencial pra qualquer empresa. 

[Gabriel] 

Perfeito, perfeito. 

E aí, pensando justamente nisso, nessa necessidade da inovação, quais são os maiores desafios que as empresas podem enfrentar hoje em dia quando tentam realmente inovar? 

[Flavia] 

Bom, acho que a principal barreira que a gente tem sobre inovação, que eu sinto sobre inovação, desde que eu estou atuando nessa frente, é cultural. 

Eu acho que as pessoas e as empresas não gostam de errar, a gente tem um ego perfeccionista absurdamente grande pra todo mundo. 

Então, ninguém quer errar. 

Todo mundo tem aquela crença limitante, todo mundo tem um carinho pelo projeto que fez há cinco anos atrás e é um sucesso e fala: 

“Não precisa melhorar.” 

Não. 

A gente acabou de falar na velocidade de mudança, da necessidade, da contramão das coisas. 

Então, se a gente ainda der valor e der foco para esse ego e esse medo de errar, não vamos inovar. 

Eu acho que inovação, o foco é errar. 

Eu brinco que você testar, você pilotar, você fazer o MVP, ele é tão prazeroso que você erra e não morre por errar, você gosta de ter errado ali e calcular a rota. 

Por quê? 

Porque um hub de inovação ele é uma pequena equipe de testes, é um espaço onde eu posso errar. 

Então, eu falo que o maior desafio das empresas que querem trabalhar com um hub de inovação é a cultura. 

[Gabriel] 

É ter esse espaço para você ter permissão de errar. 

[Flavia] 

Ter permissão de errar. 

[Gabriel] 

Tirar esse peso um pouco do ombro. 

[Flavia] 

E que gestão quer que uma equipe erre? 

Então, a partir do momento que a gente consegue quebrar essa cultura de que errar é errado, as coisas vão evoluir e vão fluir. 

Que bom que errou ali naquele espaço seguro. 

Então, recalculou a rota e quando chega para a esteira de produção já chega sem riscos reduzidos de erros. 

[Gabriel] 

Sim, pelo menos tem o manual ali. 

[Flavia] 

Não que não vai errar. 

É, tem o manual, acho que não que não vai errar. 

Então, pra mim, acho que o maior desafio da inovação, de você implantar inovação numa empresa é cultural. 

[Gabriel] 

Legal. 

E aí, nessa parte de inovação, é comum hoje em dia as pessoas, meio que associarem ou tratarem inovação como um sinônimo de tecnologia. 

“Ah, se eu tenho que inovar, eu tenho que ter a tecnologia.” 

Especialmente agora com a inteligência artificial. 

Mas não é bem assim, né? 

[Flavia] 

Não, não é, mas é comum. 

Acho que todo mundo quando fala, né, eu tô na minha roda de amigos, que são de outras profissões, nas próprias empresas, os próprios clientes e parceiros, eles veem um hub de inovação como um: 

“Ah, eu vou produzir uma coisa holográfica, eu vou fazer o Jetsons, eu vou fazer a pessoa sair dessa mesa e se teletransportar pra outro lugar.” 

Não, gente, o hub de inovação não é tecnologia. 

Tecnologia é o meio pra fazer a inovação acontecer. 

Então, eu acho que ela nasce de um problema, nasce de uma dor, a inovação ela nasce de um problema, na maioria das vezes. 

E a tecnologia ela pode ser um meio. 

Mas ela não é o fim desse problema. 

Ela pode ser um meio que aquilo vai chegar num aluno, se a gente está falando de treinamento, ou em qualquer outra ação de inovação. 

Então, a IA. 

A IA é tecnológica e hoje é a moda. 

Então, a IA ela tá super em alta. 

Ela apoia um hub de inovação? 

[Gabriel] 

Vai apoiar. 

Dá pra apoiar em várias coisas. 

[Flavia] 

Em muita coisa. 

[Gabriel] 

Em pesquisa, posso pedir pra ele revisar um projeto, eu posso pedir pra analisar os dados do Power BI, pra poder compilar melhor o que eu quero. 

[Flavia] 

Eu acho que ela é uma superparceira do hub de inovação. 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Mas ela não é essencial, né? 

E ela precisa ser estruturada, ela precisa fazer sentido ali. 

Tem projeto que a gente não precisa de IA pra inovar. 

Então, assim, se eu não estruturar um meio que eu uso, qual é a tecnologia, caso haja necessidade, ela vai virar só uma ferramenta a mais ali, que eu tenho, obsoleta, e não vou usar. 

Então, ela vai virar mais uma maquiagem do que uma coisa que necessariamente seja eficiente. 

[Gabriel] 

Justo. 

[Flavia] 

Então, assim, é comum as pessoas associarem inovação com tecnologia, mas já que você me deu esse espaço, eu vou afirmar: tecnologia não é um sinônimo de inovação. 

Não. 

Ela é uma ferramenta. 

Ela é um meio que deve ser usada com propósito pra isso. 

Senão, ela vira só mais uma maquiagem pra aquele projeto. 

Então, saber usar tecnologia a favor da inovação é incrível, mas só existe inovação se tiver tecnologia? 

É uma mentira. 

[Gabriel] 

Sim. 

É, tem até um exemplo, eu sigo um músico nas redes sociais chamado Chris Lanzon. 

E como que ele inova em alguns vídeos? 

Ele tenta buscar materiais comuns que a gente encontra aí, no dia a dia, pra tentar gerar um som diferente. 

Então, ele toca violão usando pincel. 

Então, se a gente toca com o dedo, com a palheta, que são mais rígidos, a gente está acostumado com esse som que a gente ouve por aí. 

Mas quando ele toca usando, por exemplo, esse pincel, pode ser a mesma música, mas soa diferente. 

A inovação estava ali, na frente dele. 

Ele pegou o que era pra usar na parede e usou no instrumento dele. 

Às vezes, inovação também pode ser uma questão de virar a chave na nossa cabeça, no nosso pensamento. 

A Nintendo, recentemente, chegou pra equipe e falou: 

“Ó, a gente quer um novo joguinho do Mario, aí.” 

“Ah, mas qual que é o nosso direcionamento?” 

“Eu quero um jogo do Mario.” 

“Ah, mas quando que é pra entregar?” 

“Eu quero um jogo do Mario. Testem entre vocês, ah, o que vocês estão pensando que pode ser legal que a gente nunca viu? Façam. Testem. Se vocês disserem pra gente, “a gente não gostou disso”, então tira.” 

Aí, o que aconteceu? 

Lançaram Super Mario Wonder e o povo amou o jogo. 

E foi uma inovação da própria Nintendo de mudar o pensamento interno deles, a cultura, ali, principalmente nessa área de jogos, que eu sempre queria lançar um em cima do outro ali pra… 

[Flavia] 

Você vê que aí sai do modelo centralizado, onde alguém te dá prazo, te dá método, te dá quase que todos os ingredientes da receita, pra você criar. 

Então, você fica dentro da bolha. 

A Nintendo, o que que ela traz? 

Ela tira você da bolha. 

“Quando?” 

“Só quero o jogo do Mario.” 

“Ah, mas eu posso gastar quanto?” 

“Só quero o jogo do Mario.” 

E, aí, faz uma coisa incrível que fez a diferença na marca da Nintendo. 

Então, a inovação é isso, gente. 

Às vezes, é a maneira que você vai fazer, não é com o que que você vai fazer. 

Tem um ganho? 

É um ganho de experiência do usuário? 

Às vezes, é um ganho de velocidade? 

Não importa. 

Acho que a inovação, ela… 

Resumir ela à tecnologia, eu acho que é uma sacanagem muito grande. 

[Gabriel] 

Sim, com certeza. 

Flavia, no caso você entrou na GP sendo gestora do hub de inovação, né? 

Mas você já liderou hubs em outras empresas. 

Então, me diz aí, qual que é a diferença principal entre ter uma estrutura focada, que nem a do hub de inovação, ao invés de ter inovação como se fosse algo multissetorial dentro da empresa? 

[Flavia] 

Bom, acho que eu vou te dar um exemplo, assim, né? 

Ter um hub de inovação focado dentro de uma empresa é como se você tivesse uma equipe em um restaurante. 

Eu adoro fazer essas… 

[Gabriel] 

Analogias, né? 

[Flavia] 

É como você ter uma cozinha experimental em um restaurante. 

Então, enquanto a operação toca todos os pedidos e vai entregar aquele restaurante lotado, essa cozinha experimental, que é o hub, ela vai ficar testando novos ingredientes, novas receitas, novo empratamento, nova forma de servir. 

Então, ele é aquele espaço que a gente comentou atrás. 

É um espaço protegido para poder errar, para poder testar, para poder acertar muito e melhorar. 

E, aí sim, entregar para a cozinha, que vai tirar os pedidos no dia seguinte, aquilo entra no cardápio. 

Então, ter um hub de inovação focado, é meio redundante, mas você ganha foco em testes e pilotos pra poder testar e acertar e errar e ficar melhor e criar uma coisa incrível que vai melhorar a vida das esteiras que existem nos setores comerciais, nos setores diversos que têm entrega, né? 

Pra cliente, pra PJ, que no nosso caso a gente tem esteiras de B2B, B2C, a gente tem experiência treinando, sei lá. 

[Gabriel] 

Sim, são várias divisões ali. 

[Flavia] 

Então, a gente testa isso. 

A esteira não precisa parar, ela continua fluida, o restaurante continua servindo os seus pedidos, enquanto a gente está testando. 

E quando esse teste fica incrível, a gente entrega ele para a esteira devida. 

[Gabriel] 

E entra no menu da galera. 

[Flavia] 

Sim. 

É errado? 

Já trabalhei em empresa que tinha inovação no setor, no setor que a gente está chamando aqui de multissetorial. 

Não é errado também. 

Vai funcionar também. 

Mas eu falo que é como se você pedalasse uma bike na marcha lenta. 

Que você tem que pedalar muito para sair do lugar? 

Você vai fazer muita coisa, mas, às vezes, você vai fazer muita coisa esporádica, que não… 

Vai gastar muita energia para entregar pouca inovação. 

Então, eu acho que essa é a grande diferença. 

Eu trabalhar é errado, gente? 

Eu acho que inovação era certa em qualquer lugar. 

Tem uma empresa que quer investir num hub de inovação? 

Perfeito, parabéns, melhor dos modelos. 

Tem empresa que eu não quero investir num hub de inovação, eu quero colocar inovação, provocar inovação em cada coordenação, em cada esteira? 

É válida também. 

É óbvio que o hub de inovação você vai ter resultados mais rápidos. 

[Gabriel] 

Porque vai estar focado naquilo, realmente. 

[Flavia] 

Porque é só um foco, é só uma luz para aquele teste. 

Então, você vai formar as squads, vai fazer coisa, mas é só aquele teste. 

Enquanto as esteiras vão ter que passar muita coisa na frente e priorizar, porque tem que entregar o pedido pro cliente. 

Então, eu acho que essa é a maior diferença de ter uma área exclusiva. 

E já estive nesses dois lugares também. 

[Gabriel] 

Os dois cenários, né? 

[Flavia] 

Já. 

[Gabriel] 

Quando você está no hub, você está nesse foco, do seu ponto de vista, você tem alguma preferência entre metodologia, ou indicador, ou técnica, pra poder direcionar essa equipe? 

Tanto pra poder analisar os projetos, quanto pra incentivar o que você trouxe mesmo, essa cultura de “errar não é errado”? 

[Flavia] 

Sim, eu acho que o hub trabalha muito com projetos. 

Então, eu gosto de trabalhar, não tem uma receita certa, então eu gosto de trabalhar muito com métodos ágeis. 

A gente usa aí Design Thinking pra entender as dores, o Scrum, que é para manter o ritmo deste projeto, os indicadores pra garantir que a gente entregue e meça, entregue aquilo com uma qualidade esperada ou até superada. 

Então, eu acho que o segredo… 

Eu sempre brinquei na minha entrevista até para entrar na GP, eu falei pra Vanda: 

“Sem medição não dá para trabalhar.” 

Então, assim, não vem me pedir: 

“Ah, eu quero um quadro mais bonito.” 

Mas o que deixa ele mais bonito? 

[Gabriel] 

É meio subjetivo, né? 

[Flavia] 

Se essa for a medição, não tem como a gente trabalhar no hub. 

Então, assim, agora: o que deixa ele mais bonito? 

“A iluminação ou estar acima de tantos da medida da iluminação?” 

“As cores precisam ter quatro ou cinco cores pra que a gente considere aquilo bonito?” 

Aí, sim, a gente consegue medir. 

Então, eu acho que, assim, isso é uma premissa, e você sabe muito bem, né, Gabi, do nosso hub, é que sem métrica vai virar intuição e a gente não trabalha com intuição. 

A inovação, ela precisa ter método e ela precisa ser medida. 

[Gabriel] 

Sim, é meio que uma mistura também até do briefing que recebe, porque a gente precisa entender a perspectiva também do cliente, né? 

[Flavia] 

Por isso que a gente sempre faz o kick off. 

[Gabriel] 

Sim. 

E até com uma questão interna também de, tudo bem, a gente está com foco, a gente está com aquela ideia do projeto ali, mas também depende muito do hub também de ir atrás da informação, fazer a pesquisa correta, né? 

Que nem você comentou, o cliente pode ter pedido: 

“Ah, eu quero a iluminação X.” 

Mas e a iluminação Y? 

Será que ela não é melhor? 

[Flavia] 

É, são testes. 

[Gabriel] 

São testes. 

[Flavia] 

É aí que entra o MVP. 

Eu acho que a gente entra lá, né, no diagnóstico, na ideação, onde a gente desenha um protótipo que a gente vai seguir, depois estuda o mapeamento disso, se o stress-S é bom ou não. 

Óbvio que a gente vai fazer a luz X que o cliente acha bonito, mas a gente também vai testar a Y pra ver se ela não é melhor que a X e a gente não está enviesado naquela ideia, né? 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Então, isso é um hub e acho que essa é a magia do método ágil. 

Isso é a magia da inovação e isso é a magia de trabalhar com projetos. 

[Gabriel] 

Sim. 

E até puxando esse gancho, da sua resposta, como que o hub faz justamente essa ponte com as áreas da empresa, no caso aqui da GP, ou com parceiros externos, justamente pra poder chegar nas respostas corretas, mais assertivas e conseguir cocriar essas soluções inovadoras? 

[Flavia] 

É, a gente aqui nesse projeto, hoje a gente atua 100% no projeto da Vivo e a gente busca sempre atuar de forma integrada? 

Então, mesmo que seja um projeto propositivo, que vinha da gente, ou um projeto pedido através de uma dor da Vivo ou alguma coisa. 

Então, a gente sempre trabalha de forma integrada? 

Então, a gente faz todos os projetos, tem comitês mensais, a gente faz rodada de escuta, faz entrevista, usa muito forms pra mandar e saber se a gente está caminhando da maneira correta ou não. 

Quando tem necessidade, a gente vai buscar bench no mercado também. 

Eu acho que um exemplo prático disso é o próprio Conecta GP, né? 

Ele nasce de uma dor trazida do cliente sobre a falta de clareza do que a GP fazia no mercado brasileiro e no mercado mundial. 

E, ao mesmo tempo, ela trouxe um insight que era uma dor que ela não tinha tempo nem pra ler e-mail. 

Então, a gente ouviu este briefing, estudamos algumas formas de como que a gente vai contar pra alguém tudo o que a GP faz, dar um insight até para melhorar os próprios pedidos de entregas deste cliente pra nós e até pro nosso time GP, também, se enriquecer e poder propor soluções novas, soluções mais assertivas e trazer coisas novas. 

Então, todo mundo ia ganhar com este projeto. 

Mas como que eu ia entregar ele se ela disse… 

Então, assim, a dor, já entendi, vou munir a cliente de informação, vou fazer… 

Eu podia fazer uma one page, eu podia fazer um folder, eu podia mandar push para o e-mail dela lá com um monte de informação. 

Mas ela disse que ela não tinha tempo nem para ler e-mail. 

E, aí, que nasce o Conecta GP no canal do Spotify, né? 

Então, a gente conseguiu, a gente ouviu, estruturou e hoje a gente tem este canal no Spotify que a pessoa pode sair daquele trivial de eu ter que entrar numa plataforma LMS pra estudar, pra me desenvolver, não tenho que ir numa palestra para me desenvolver, eu vou pegar o meu fone de ouvido, o meu celular e vou ouvir onde eu quiser, no metrô, seja onde for eu vou conseguir ouvir este canal, essa mensagem e sanar essa dor do cliente quando ele tem um tempo livre dele ali. 

Então, sai um pouquinho do trivial da plataforma LMS e a gente vai para o Spotify, usando este canal riquíssimo, a gente consegue compartilhar os bastidores que a gente atua aqui dentro, além disso, as soluções também que a GP entrega numa linguagem superacessível e ouvindo a outra, que não era uma dor, mas era um detalhe: 

“Não tenho tempo pra ler e-mail.” 

Então, a gente também colocou isso na caixinha e essa solução que a gente traz hoje a pessoa pode acessar de onde ela quiser, do metrô, no carro, indo pra casa, no trânsito, sem ter aquela tradição de entrar no LMS, ou ler um artigo, ou participar de palestra, de TEDs e etc. 

[Gabriel] 

Sim. 

E obviamente também que a gente, prestando atenção tanto nas necessidades quanto nos perfis, o Conecta justamente nasceu para mais acessível, mais prático, rápido. 

Mas a gente também, que nem, a gente fez pesquisas, existem perfis que realmente gostam de ler, pode ser que uma parcela ou outra ali vai preferir o Spotify, mas eu, por exemplo, eu prefiro pegar um PDF de 120 páginas e sentar e ler. 

Foi aí que a gente… 

Nasceu até o site agora, novo, do Conecta GP. 

[Flavia] 

Por que não escalar, né? 

[Gabriel] 

Por que não escalar? 

[Flavia] 

Por que não crescer? 

[Gabriel] 

Exato! 

Então, quem está aí nos acompanhando, tem o link na bio do canal. 

E você também pode acessar aí: conectagp.com.br. 

Lá, você vai encontrar todos os nossos episódios até o momento, todas as transcrições também, porque a gente sempre pensa em acessibilidade, e além de vários artigos também. 

Tem um artigo, inclusive, trazendo definições de inovação lá no site. 

A gente vai postar também datas de eventos em que a GP vai participar, que o Conecta vai participar, prêmios que a GP ganhou em treinamentos, tudo lá reunido nesse espaço aí na internet. 

[Flavia] 

É, gente, entrem. 

Acessem! 

[Gabriel] 

E aí, Flavia, pensando, no caso do Conecta, ele foi escalonando, a gente fez pesquisas e tudo mais, mas sempre tem demandas, todo mundo quer inovar. 

Quais são os critérios pra gente conseguir realmente priorizar ideias? 

Existe um processo de acelerador interno pra poder testar conceitos rapidamente, como que a gente define a melhor forma de: 

“E, aí, qual projeto vem primeiro?” 

[Flavia] 

Sim, sim, acho que toda ideia, todo pedido e briefing, ele entra num backlog e a gente procura olhar quatro pontos que são, acho que, mais importantes, que é alinhamento com a estratégia, o grau de inovação, de esforço, o grau de inovação, a viabilidade de execução, se vai dar certo ou não, também, se é um projeto de inovação ou não, e o potencial impacto. 

Então, a gente tem ideias que elas viram MVPs, que elas crescem, testam, a gente tem uma do sistema do B2C rodando atualmente, que ele é uma MVP, é um projeto de médio a longo prazo, ele tem um impacto importante, porque ele vai atender cross, vai atender o cliente em 360. 

Então, ele tem um impacto grande de entrega. 

Então, ele vai ser sempre priorizado. 

E a gente tem outros pequenos que vão virar estudos, não tem a necessidade de fazer uma MVP, não tem necessidade, a gente estuda, entrega aquele resultado e entrega pro cliente. 

Então, a gente procura olhar esse… 

Eu falo que é a matriz do esforço-impacto. 

Então, se a gente for resumir aqui rapidamente, nossa fila de prioridade, ela é um esforço-impacto alinhado com a estratégia do cliente. 

[Gabriel] 

Sim, perfeito, perfeito. 

Flávia, com tanto projeto rodando, às vezes alguns até o mesmo tempo, a gente vai lá, entrega, faz tudo bonitinho o que pediram, a gente fez todas as pesquisas, mas e agora? 

Como é que a gente mede o resultado? 

A gente usa ROI? 

Um hub de inovação, ele vai ter um indicador específico pra poder dizer pro cliente: 

“Ó, deu certo!” 

Como é que você gerencia essa parte de mensuração? 

[Flavia] 

Bom, a gente, os projetos, eles, sempre que a gente faz o kick off, recebe o briefing, a gente faz aquela parte do kick off com o demandante pra ver se a gente entendeu mesmo o briefing, pra tentar aprofundar um pouco mais nas dores e necessidades daquele projeto e ali a gente já desenha os indicadores. 

Pode ser ROI? 

Pode ser ROI, se eu for fazer um projeto pra vender mais. 

[Gabriel] 

Sim, vai depender sempre do projeto, né? 

[Flavia] 

Sim, vai ser ROI. 

Mas eu acho que tem outros indicadores importantes também que a gente não deixa de atuar com eles, né? 

Eu acho que a gente tem indicadores, por exemplo, como tempo de produção. 

Então, hoje um treinamento, ele demora, sei lá, quatro dias pra ficar pronto. 

Por que que ele demora quatro dias? 

Como que eu posso melhorar e aumentar e deixar mais efetivo e conseguir que essa produção reduza de quatro pra três dias? 

Ah, um vídeo demora dez dias pra ficar pronto, com gravação, edição, produção, entregar na mão do cliente, como que eu faço pra melhorar este tempo? 

Então, a gente olha também tempo de produção, a gente olha o impacto percebido, se aquele método tem uma retenção, aquele treinamento tem uma retenção de conhecimento melhor. 

Como que eu melhoro a retenção? 

Eu faço com que aquela… 

Falo que, às vezes, você entra no treinamento, sai e não lembra de nada, então como que eu faço pra melhorar isso? 

[Gabriel] 

Pra fixar realmente na cabeça da pessoa ali. 

[Flavia] 

É, como que eu faço pra criar uma sinapse ali que seja mais eficiente e até a melhoria de experiência do usuário, né? 

Às vezes, eu tenho um treinamento que eu não sei onde clicar um botão, ou às vezes o botão tá lá, ficou: 

“Ah, travou.” 

“Não travou.” 

Então, como que eu faço pra melhorar a experiência do usuário? 

Então, eu acho que pra gente, do hub, o sucesso é quando a solução fica melhor do que ele tinha antes. 

Eu acho que a solução, ela vira parte do dia a dia dele. 

Não só um projeto bonito, ela fez diferença. 

[Gabriel] 

Teve um impacto real. 

[Flavia] 

Então, qual é o indicador que vai me dar esse impacto? 

É ROI? 

Se for de vendas, é. 

Mas vendas é pra empresa. 

E pro aluno, quando a gente está falando de treinamento, por que que ele está vendendo mais depois daquele treinamento? 

Porque aquele conteúdo fez diferença na vida dele, pra ele vender mais. 

Então, eu também tenho outro indicador neste mesmo projeto. 

Então, não dá pra trabalhar só com um. 

Tem vários indicadores que a gente olha. 

ROI é só um deles, é o mais famoso, porque… 

[Gabriel] 

É o que normalmente a empresa realmente foca. 

[Flavia] 

É o que a empresa quer ver, né? 

É o retorno sobre investimento e acabou, então… 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Mas ele não é o único e ele nunca vai estar sozinho. 

[Gabriel] 

É, e até nessa questão. 

Você mencionou anteriormente que hoje o foco do hub realmente ele está ajudando a Vivo, o maior aí, empresa de telecomunicações, e você pode trazer alguma das principais iniciativas e resultados que ajudaram a Vivo? 

[Flavia] 

Bom, a gente tem o Conecta, que é esse podcast que agora a gente cresceu e escalou. 

Temos o site, com muitos artigos, premiações, até troca de conhecimento, quem sabe um dia um social learning ali dentro também. 

[Gabriel] 

Ia ser muito bom, hein? 

[Flavia] 

É, a gente está olhando pra isso também. 

E isso traz um resultado de deixar o nosso time também muito mais preparado, inovado, atualizado. 

Não só inovado, mas atualizado com o mercado e atualizado também com o que a GP, que é gigante, ela é global, ela faz no mundo, porque as pessoas que trabalham, a gente que está trabalhando aqui, às vezes tem que entregar e falam que a gente fica na esteira, num ciclo vicioso de não conseguir olhar pro lado, e a gente está tentando deixar este conhecimento mais acessível pro nosso time também, pros clientes também, por consequência. 

Temos um projeto que a gente fez com a plataforma da Vivo, que é da Academia V, onde a gente fez um diagnóstico profundo dessa plataforma e a gente entregou um plano de melhoria de eficiência do uso da plataforma. 

Então, foi um projeto que a gente olhou muito mais pra dentro, o time de criação da GP, e de como que eles podem produzir usando o melhor daquela plataforma. 

Então, a plataforma entrega muitas possibilidades, mas a gente não usa ela com tanta frequência, então a gente vai estressar e vai usar mais essa plataforma pra ganhar mais assertividade ali dentro e ganhar com isso maior eficiência. 

Fora isso, a gente tem alguns projetos rodando no hub, projetos de sistemas com ferramenta de adoção, a gente já falou sobre ele, projeto de IA também, a GP tem o AIQ, que é uma IA própria. 

Então, a gente está testando e pilotando coisas, muito embrionário ainda. 

Então, eu não posso… 

[Gabriel] 

Não pode dar spoiler ainda. 

[Flavia] 

Não posso dar spoiler. 

A gente também atua com estudos de metodologia pra também trabalhar e trocar. 

E todos eles visam esses indicadores que a gente acabou de falar. 

Retenção de conhecimento, melhoria de engajamento. 

[Gabriel] 

A usabilidade. 

[Flavia] 

Usabilidade e até mesmo a redução do tempo de produção de material. 

[Gabriel] 

Aí, agora, pensando assim no lado extremo, nos casos que uma iniciativa de inovação não traz o resultado esperado, seja porque o cliente não gostou, ou então porque a gente fez todas as pesquisas e realmente não deu certo. 

O hub de inovação sempre tem que ter um plano de contingência? 

Ou ajuste é feito na hora, ou só depois que termina? 

Qual que é o melhor caminho pra seguir? 

[Flavia] 

É, acho que a gente erra sim, acho que a gente tem que errar, acho que se a gente faz um projeto sem erro nenhum no começo ao fim, eu começo a se desconfiar. 

Eu acho que a gente já enviesou o projeto e a gente precisa olhar de novo, tem que ter acontecido alguma coisa, porque pelo menos um errinho precisa ter, né? 

[Gabriel] 

Nada é perfeito, né? 

[Flavia] 

Não, não, e a ideia é errar, porque se esse erro não acontecer no hub, vai acontecer na esteira. 

[Gabriel] 

Sim, e é melhor a gente já mandar e falar assim: 

“Se acontecer isso, faz isso aqui.” 

[Flavia] 

É, é muita prepotência achar que a gente vai fazer um projeto e ele não vai ter erro. 

Então, a gente erra, sim, e tudo bem. 

Acho que o erro faz parte desse processo. 

E quando acontece esse erro, a gente documenta esse erro, recalcula a rota, a gente refaz isso. 

Às vezes, tem que voltar umas casinhas pra começar de novo, mas a gente refaz. 

Tem um lema que eu gosto muito: 

“Ou a gente acerta ou a gente aprende.” 

[Gabriel] 

Boa. 

[Flavia] 

Eu falo que é assim, nosso modelo do hub, que é esse modelo de método ágil, ele já considera esse ciclo de erro. 

Eu falo que a partir do momento que eu entendi isso, eu deixei de ter gastrite, reduziu muito. 

Quase não tomo mais antiácido, gente. 

Porque eu era essa pessoa que não queria errar. 

[Gabriel] 

Sim, eu entendo. 

[Flavia] 

Essa pessoa que achava que se eu errasse, eu estava me diminuindo. 

Eu era menor. 

[Gabriel] 

Eu entendo perfeitamente isso. 

[Flavia] 

A gente já começou falando, tem que errar. 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Hoje, se eu não erro, eu acho que tá alguma coisa errada. 

Então, a partir do momento que eu aprendi isso, que eu ganho um espaço, que me deram esse espaço pra errar, testar e pilotar e pivotar, eu deixei de ter gastrite. 

Porque eu acho exatamente isso. 

Eu falo que: 

“Ou a gente acerta ou a gente aprende.” 

Também serve: 

“Quem não discute, não cresce.” 

Então, acho que a discussão ela é válida. 

Errar é válido. 

Testar é válido. 

E quando você tem uma companhia, que nem a GP, que te dá esse espaço, que ela oxigena isso, a gente precisa valorizar, porque não são todas que vão dar. 

[Gabriel] 

Com certeza não são todas. 

É até liberador, né, às vezes você fazer isso. 

Tipo, eu entendo completamente a parte, porque eu sou meio perfeccionista também, tipo… 

[Flavia] 

Eu sei. 

[Gabriel] 

O TEA não deixa, às vezes. 

[Flavia] 

Mas já tá tirando, deixa. 

Tá tirando. 

Tamo tirando. 

[Gabriel] 

Tamo tirando. 

Flavia, aqui no Brasil, como que as empresas podem se preparar pra começar ou continuar inovando da melhor maneira possível? 

[Flavia] 

Acho que o primeiro, não copiar o modelo de fora sem se adaptar. 

A gente fica achando que a gente é menor aqui fora. 

Tudo que a gente olha lá, importado, é melhor. 

Não, gente. 

Tem ideias boas? 

Tem, né? 

Acho que a Vanda, a nossa diretora, ela foi para a ATD, agora nesse mês, e ela voltou com muita informação e novidade. 

Tem muita coisa boa vindo de lá. 

Tem muita coisa. 

A IA bombou também lá. 

Então, a inteligência artificial também foi uma coisa bem potente lá. 

Mas também a saúde mental foi uma coisa que veio muito forte na ATD. 

[Gabriel] 

Interessante isso. 

[Flavia] 

Então, tem muita coisa boa. 

É, a NR1 tá vindo pesada. 

Eu acho que é uma coisa que a gente tem que se preocupar. 

Olha que contraponto, né? 

A inteligência artificial e a saúde mental. 

[Gabriel] 

E a saúde mental, sim. 

[Flavia] 

É um bom equilíbrio. 

Tem muita coisa boa lá. 

Mas a gente não pode esquecer que a gente tem uma cultura diferente. 

É preciso tropicalizar as ideias. 

Então, quando a gente busca informação, busca inovação, busca novidade, o que está bombando no mercado mundial, a gente tem que trazer para casa, estudar, tropicalizar aquela ideia, ver onde se encaixa, se ela encaixa e se ela não encaixa, se adaptar. 

Lembra do erro? 

Recalcular a rota?  

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Não é porque uma ideia não se encaixa perfeitamente aqui que ela não pode ser adaptada. 

Então, eu acho que isso é importante pra se preparar. 

Pegar essas ideias, trazer para a cultura brasileira e um segundo passo, trazer para a cultura da empresa que você está atuando. 

[Gabriel] 

Sim, esse é um ponto também, porque você vai estar analisando os valores, você vai analisar a estratégia também da empresa. 

[Flavia] 

Exato. 

[Gabriel] 

É basicamente o que eu faço, fiz durante muito tempo, quando o pessoal pedia pra fazer traduções, termo assim que eu não gosto muito, traduzir. 

Tá, mas se eu traduzir ao pé da letra, eu posso perder piada. 

Eu vou traduzir um poema em inglês para o português? 

Vai se perder todo, dependendo se tiver rima ali. 

[Flavia] 

Exato. 

[Gabriel] 

Eu prefiro usar o termo localizar, que é justamente isso que você trouxe. 

Adaptar pra realidade. 

[Flavia] 

E a minha esposa, ela fala inglês fluente, e, às vezes, eu falo: 

“O que você quis dizer com isso?” 

E ela: 

“Eu não consigo trazer esse termo em português.” 

Porque aquele termo não funciona aqui. 

Eu superentendo isso, a gente tem que trazer pras ideias brasileiras, os ditos populares que não vão funcionar. 

Então, a gente fala que a última bolacha do pacote, eles falam que é a última cereja do bolo, ou último pedaço do bolo. 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Em inglês tem outra expressão. 

Então, mas que quer dizer a mesma coisa? 

[Gabriel] 

O sentido é o mesmo. 

É só a forma que eu falei foi diferente. 

[Flavia] 

É o localizar. 

[Gabriel] 

É o localizar. 

[Flavia] 

E eu acho que o segundo jeito das empresas se prepararem é ter um local de teste, ter um hub. 

Invista num hub de inovação. 

Seja ele pra treinamento, seja ele pra produto. 

Se você tem um espaço pra testar, a inovação vai ser orgânica. 

[Gabriel] 

Vai disparar o negócio, né? 

[Flavia] 

Vai vindo coisa nova organicamente. 

Dê um espaço para o teste. 

Abra um laboratório de teste, que qualquer empresa que der este espaço vai ter surpresas boas. 

[Gabriel] 

Legal. 

Você comentou anteriormente, você falou rapidinho a questão não apenas de incentivar o erro e tratar isso como uma coisa normal, mas você comentou também de capacitar as lideranças pra poder incentivar isso dentro das equipes. 

Como você recomenda exatamente que as empresas capacitem as lideranças pra adotar essas novas práticas de inovação e sair daquele senso comum ali de vou fazer, vou fazer, vou fazer e vou entregar. 

[Flavia] 

Eu acho que não é tanto um capacitar a liderança, eu acho que é muito como engajar a liderança pra aceitar isso e sair um pouco dessas limitações, dessas crenças limitantes, desse viés de aceitar a mudança. 

Porque eu acho que é muito como que eu engajo a liderança, como que eu tento engajar a liderança para que elas atuem de forma ativa nos projetos. 

Eu acho que a primeira coisa é que eu não construo nada pra eles, eu construo com eles. 

Eu acho que a partir do momento que a gente constrói junto e essa liderança e esse time dessa liderança participa, ele vira um… 

[Gabriel] 

Um parceiro, né? 

[Flavia] 

Um apoiador, um parceiro. 

Vira uma mãe também do projeto. 

Que mãe que não vai defender o filho? 

Então, eu sou um defensor daquele projeto. 

Então, quando a gente cocria junto, quando a gente cria junto, primeiro que a gente vai ter esses dois olhares do projeto. 

O olhar nosso do hub de inovação e o olhar dessa liderança. 

Eu acho que isso é importante. 

Olhar a ponta também, quem vai receber. 

Então, cocriar um projeto, deixar ele com várias mães dentro desse projeto, faz uma diferença na hora de implementar. 

Faz a diferença pra mitigar erros, faz a diferença pra ganhar apoiadores, faz a diferença pra divulgar aquele projeto depois. 

Então, muito mais do que capacitar a liderança, eu acho que a receita é engajar a liderança e trazer ela para ser tão mãe desse projeto quanto você. 

[Gabriel] 

Caraca, perfeito. 

Muito bom. 

E aí, para a gente quase finalizar aqui, que dica que você gostaria de deixar pra empresas que desejam inovar nos treinamentos ou processos internos, que nem no exemplo da Nintendo que eu trouxe, pra justamente criar esse ambiente que você trouxe várias vezes de: 

“Gente, errar faz parte, errar não é um erro.” 

[Flavia] 

Eu acho que o conselho é: começa pequeno. 

Acho que pega um piloto, escolhe uma dor real ali dentro, onde um piloto seja mais simples. 

Então, façam esse piloto, testem esse piloto, estressem esse piloto, peguem os dados, indicadores de tudo que ele vai trazer, recalcula a rota se precisar. 

Mas começa pequeno. 

Eu falo que faz uma gambiarra inteligente. 

Vamos começar com uma gambiarra inteligente. 

Que é algo provisório, mas que ele funciona e que tenha método. 

Por isso que é inteligente. 

Uma gambiarra inteligente. 

Precisa ter um método. 

Depois, você comprova e escala. 

[Gabriel] 

Perfeito. 

[Flavia] 

E o conselho final: nunca deixe de medir. 

Acho que a gente tem que medir. 

Quando você faz o rollout desse projeto para a esteira, você tem que acompanhar com o hub de inovação por um tempo e, neste tempo, também ensinar essa esteira a continuar olhando pra esses indicadores. 

Porque é eles que vão dizer se você está indo bem, se você tem que voltar e pedir ajuda do hub de novo. 

“Putz, começou a cair.” 

“E esse indicador, o que a gente faz?” 

Então, tem que olhar pros indicadores e medir sempre. 

A partir do momento que você deixa de medir qualquer projeto, seja ele no hub de inovação ou na esteira, ele vira um projeto por osmose e você acha que aquele sucesso vai ser pra sempre. 

[Gabriel] 

Vai ser uma coisa eterna. 

Entra naquele dito, que eu odeio, que é quando você tenta realmente mudar alguma coisa e vão lá e te respondem: 

“Ah, mas a gente sempre fez assim.” 

[Flavia] 

É, essa frase padrão. 

“A gente sempre fez assim.” 

Não, e a gente falou lá atrás. 

Lá atrás não, no comecinho do episódio. 

A velocidade da mudança. 

Então, achar que uma coisa que você fez há um ano atrás ainda funciona, está fadado ao fracasso. 

[Gabriel] 

Sim. 

[Flavia] 

Sim, precisa inovar. 

Então, acho que é isso. 

O meu conselho é: comece simples. 

[Gabriel] 

Perfeito. 

Flávia, agora, pra gente finalizar esse excelente bate papo que a gente teve aqui, está na hora de você entrar no jogo rápido do Conecta GP, né? 

[Flavia] 

É, quem mandou criar?! 

[Gabriel] 

É, então. 

Você inovou aí na questão do podcast, a forma de poder finalizar, agora você vai ter que testar na prática. 

Então, eu vou dizer algumas palavras e você responde com o que vier primeiro na cabeça. 

[Flavia] 

Tá bom. 

[Gabriel] 

Beleza? 

Então, primeira palavra. 

Capacitação. 

[Flavia] 

Crescimento. 

[Gabriel] 

Diversidade. 

[Flavia] 

Oxigênio. 

[Gabriel] 

Inovação. 

[Flavia] 

Movimento. 

[Gabriel] 

GP Strategies. 

[Flavia] 

É onde toda essa teoria que a gente falou hoje vira prática. 

[Gabriel] 

Maravilhoso. 

Flávia, muito obrigado mesmo por ter vindo conversar aqui com a gente no Conecta GP. 

Inovar é uma coisa essencial e nesse tempinho que a gente teve, você trouxe vários meios pra mostrar o caminho certo pra muita gente. 

[Flavia] 

Bom, acho que primeiro eu que agradeço pelo espaço, pela escuta. 

E eu quero terminar falando que inovar, gente, é ter coragem de perguntar. 

De fazer aquela perguntinha: 

“E se a gente fizesse diferente?” 

A gente está aqui para isso. 

O hub, ele veio para transformar o jeito da gente aprender nas empresas. 

Não é sobre ser genial, não é sobre ser high-tech, não é sobre ser tecnológico. 

É sobre ser assertivo. 

Então, eu acho que o hub, ele vem com um olhar muito de piloto, teste, teste, teste, projetos, mas sempre buscando ser mais assertivo. 

Mais assertivo do que já funciona até. 

Então, eu acho que eu queria terminar dizendo isso, né? 

A pergunta X do hub, pra mim, vai ser sempre essa: 

“E se a gente fizesse diferente?” 

[Gabriel] 

Maravilhoso. 

[Flavia] 

Obrigada. 

[Gabriel] 

Maravilhosa essa resposta. 

A gente termina esse episódio por aqui. 

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Acessa lá o conectagp.com.br. 

E se você gostou desse tema de inovação, deixa sua avaliação, manda comentários com a gente, a gente vai ler todos e espero por você no próximo Conecta GP. 

[Flavia] 

Obrigada.