Artigo especial, enviado por Vanda Cunha, Diretora Sênior LATAM da GP Strategies, em homenagem ao Mês do Orgulho.
Gostaria de compartilhar a jornada de ser uma aliada e como isso teve um impacto fundamental na minha vida profissional e pessoal.
Vivo no Brasil, o país que ocupa o primeiro lugar no mundo em violência contra pessoas LGBTQ+, em uma região, a América Latina, com raízes profundas em discriminação e preconceito. Ser uma aliada da causa LGBTQ+ é mais do que necessário nesse cenário: é uma questão de cidadania e direitos humanos. Para mim, é inconcebível que uma pessoa, quem quer que seja, não seja uma aliada ou não assuma uma posição firme sobre isso.
Para mim, que nasci com o privilégio de ser branca e heterossexual, é vitalmente importante ser uma aliada e levar discussão, educação, conhecimento e abertura para todos os lugares possíveis onde eu possa ajudar. Isso vai além de simplesmente me identificar como aliada: é pelo exemplo, pelas atitudes e pela empatia real das minhas ações cotidianas que posso fazer a diferença.
No trabalho, integrantes da minha equipe conhecem minhas atitudes e comportamento. De forma receptiva, mas firme, sempre tento esclarecer e mostrar por que alguns comportamentos considerados por certas pessoas como “inocentes” ou apenas “brincadeiras” são pejorativos, agressivos e inadmissíveis em um ambiente inclusivo e diverso.
O mesmo vale para a minha vida pessoal. Tenho orgulho profundo em dizer que, com o tempo e muitas conversas e esclarecimentos, vi o comportamento dos meus pais mudar. Eles se tornaram aliados naturais, corrigindo o comportamento de pessoas em seu círculo de amizades e sendo extremamente acolhedores e solidários com quem os procurava em busca de conselhos sobre como ser aliado.
Portanto, todas as pessoas podem ser aliadas. Basta ter uma mentalidade voltada para essa direção. A sua contribuição, mesmo que pareça pequena, pode transformar vidas.
Não há uma receita ou pré-requisito para ser um aliado. Tudo o que é preciso é empatia, preocupação genuína com outros seres humanos e abertura para nunca parar de aprender, sabendo que dúvidas surgem diariamente. Toda vez que converso com uma pessoa LGBTQ+ ou participo de sessões dos Grupos de Recursos para Funcionários (ERG) da GP Strategies, percebo o quanto ainda sei pouco. Mas até mesmo esse pouco pode fazer uma grande diferença no ambiente em que vivo.
Se você tem dúvidas, pergunte! Se alguém diferente de você o deixa desconfortável, busque conhecimento, compreensão e amplie sua mente. Quanto mais diverso for nosso mundo, mais rico ele se torna!