Por Leah Clark, originalmente em inglês no blog Performance Matters da GP.
O Fórum Econômico Mundial identificou o pensamento crítico como uma habilidade essencial para as lideranças terem sucesso hoje e no futuro. À medida que organizações e lideranças adotam ferramentas de inteligência artificial (IA), haverá indubitavelmente um aumento no conhecimento e ganhos de produtividade a partir de informações e decisões baseadas em tecnologia. Isso não significa que as lideranças serão substituídas, mas significa que habilidades como o pensamento crítico são cada vez mais valiosas e algo que distinguirá as lideranças dos bots.
No entanto, o pensamento crítico e suas habilidades associadas são difíceis de definir. Pergunte a três pessoas diferentes o que significa ter um pensamento crítico, e você provavelmente obterá três respostas diferentes, enfatizando análise, estratégia e curiosidade.
Por quê? Porque o pensamento crítico é complexo e multifacetado, e vários aspectos do pensamento crítico se sobrepõem. Pensamento crítico significa examinar desafios de diferentes perspectivas, incluindo:
Promover o pensamento crítico na liderança: seis dimensões a considerar
Analisar tanto as dimensões específicas quanto os aspectos menos aparentes revela uma definição distinta e um processo de pensamento para lideranças, promovendo o pensamento crítico em todos os níveis.
Analiticamente: uma pessoa que pensa de modo crítico pode desmontar coisas e montá-las novamente. Elas olham para o quadro geral e para as partes e peças para entender seus elementos discretos. Em vez de aceitar desafios pelo valor aparente, elas se esforçam para entender as causas raiz. Pessoas que pensam de modo analítico reconhecem padrões e fazem conexões, às vezes, entre tópicos aparentemente não relacionados, o que ajuda a moldar sua abordagem.
Estrategicamente: pessoas que pensam de modo crítico veem as coisas de diferentes perspectivas e taticamente se movem rapidamente para frente e para trás entre essas perspectivas. Elas veem metas de curto prazo enquanto mantêm uma visão de longo prazo. Elas consideram o que está na superfície e questionam o que pode estar acontecendo por baixo. Embora entendam as dinâmicas internas de uma organização, também mantêm uma compreensão das forças econômicas, políticas, culturais e competitivas mais amplas.
Curiosamente: questionar de maneira não ameaçadora é a marca de quem pensa de modo crítico. Essas pessoas se perguntam como uma situação ou desafio surgiu, e elas perguntam sobre as possíveis soluções. Em vez de enfrentar imediatamente um desafio apresentado, elas se esforçam para entender a causa raiz. Elas são inteligentes ao perguntar quais soluções não foram consideradas e o que mais é possível a partir de novas perspectivas.
O pensamento crítico também inclui a necessidade de:
Inclusividade: inclusividade e pensamento crítico não são necessariamente considerados companheiros lógicos, mas são. Pessoas com pensamento crítico não têm medo de buscar outras opiniões e perspectivas diversas. Elas reconhecem a sabedoria de ir além de seu círculo interno ou das pessoas típicas de “referência” para ouvir perspectivas diversas. Elas convidam outras opiniões, mesmo que quem forneça essa opinião não tenha conhecimento histórico ou venha de uma disciplina não relacionada. Elas acolhem o especialista ingênuo.
Humildade: pessoas com pensamento crítico não apenas questionam outras pessoas, elas questionam a si. Isso não é falta de confiança, mas uma medida de humildade. Elas consideram a possibilidade, se não a probabilidade, de que sua solução pode não ser o caminho certo, ou o único caminho. Elas não têm medo de se perguntar: “E se eu estiver errada?” e buscar perspectivas contrárias.
Inteligência emocional: quem tem pensamento crítico tem inteligência emocional. Elas são autoconscientes o suficiente para reconhecer seus próprios vieses. Elas não apenas notam esses vieses, mas se desafiam a confrontá-los. Elas são flexíveis, não tão apegadas ao seu plano ou ideia que falham em mudar de caminho quando confrontadas com novas opções. Lideranças autoconscientes percebem quando podem não estar olhando para uma situação de forma objetiva ou precisa, e empregam uma habilidade conhecida como teste de realidade. Uma liderança que testa a realidade é uma pensadora crítica mais eficaz.
O que são algumas coisas específicas que lideranças podem fazer para melhorar o pensamento crítico?
Desafiar-se a olhar para uma situação de outro ponto de vista ou perspectiva, adotando a mentalidade de cliente, integrante da equipe ou até mesmo concorrente. O que parece diferente desse ponto de vista?
Não se cercar de pessoas que sempre dizem “sim”. Encontrar integrantes da equipe ou colegas que não tenham medo de contestar e desafiar opiniões com as quais discordam.
Sempre perguntar sobre outras opções. O que não está sendo apresentado? Por que isso? Perguntar o que não foi considerado.
Explorar o pensamento convergente. Onde viram padrões semelhantes anteriormente, e o que sabem com base em sua experiência?
Explorar o pensamento divergente. Como podem ser adotadas abordagens inovadoras ou diferentes para o desafio?
Pare, faça uma pausa e não avance muito rapidamente. Avançar muito rapidamente faz com que as lideranças sejam mais propensas a escolher o que está à sua frente, ao invés de explorar outras opções.
O imperativo de cultivar habilidades de pensamento crítico na liderança
A inteligência artificial continuará a acelerar a produtividade e permitir que pessoas colaboradoras realizem o trabalho de maneiras diferentes. Mas essa nova tecnologia, oferecendo acesso a quantidades sem precedentes de dados, é melhor combinada com o pensamento crítico das lideranças e de suas equipes. Cultivar habilidades de pensamento crítico e praticar a tomada de perspectiva é imperativo para que as organizações sobrevivam e prosperem em um mundo dinâmico.